Cardio em Jejum

Perguntemos a qualquer rato de ginásio que sobre a melhor maneira de queimar gordura e encontraremos dois campos diferentes de opinião, aqueles que juram fazer cardio em jejum, com o estômago vazio logo pela manhã e aqueles que bom…, não o fazem . 
Então, qual a forma mais eficaz? O cardio em jejum funciona? E, se sim, como funciona? 
A lógica do cardio em jejum faz sentido: quando jejuamos (durante o sono, por ex.), as nossas reservas de açúcar no sangue e glicogênio circulantes sofrem uma diminuição considerável. Essa queda no açúcar no sangue é acompanhada por uma diminuição nos níveis de insulina, o que teoricamente deverá ajudar o processo de perda de gordura, uma vez que a insulina suprime o metabolismo da gordura. Portanto,  cardio com o estômago vazio significa que o corpo precisa se voltar para outra fonte de combustível. A gordura parece pois ser a escolha mais provável, porque é densa, abundante e, bom..., está lá, sempre presente. Infelizmente, o tecido muscular é mais facilmente decomposto do que a gordura na ausência de glicogênio, o que significa que o cardio em jejum poderá se tornar numa atividade catabólica. De facto, e de acordo com, o "Strength and Conditioning Journal", a quebra de proteínas pode realmente dobrar durante o cardio em jejum. Em abono da verdade as pesquisas sobre este assunto são ambíguas. Em outra publicação, desta vez no "British Journal of Nutrition", é mencionada uma experiência em que os participantes que praticaram cardio em jejum queimaram 20% mais gordura do que quando praticavam cardio depois da primeira refeição. Por outro lado, temos um estudo publicado no "International Journal of Sport Nutrition and Exercise Metabolism", no qual os participantes já alimentados mostraram um aumento no consumo de oxigênio (VO2) e na utilização de substrato (utilização de gordura) durante o treino e nas 12 a 24 horas após o treino versus participantes que jejuaram.
 Confuso? A dura realidade é que a perda de gordura não é tão simples como um interruptor de luz que podemos ligar e desligar em consonância com o tipo de exercício que praticamos. Existem muitos outros fatores metabólicos, alimentares e de estilo de vida que desempenham o seu papel. 
A perda de gordura na sua dura realidade tem muito a ver  com calorias in versus calorias out e a um delicado equilíbrio de decisões nutricionais conscientes que nutrem o corpo, constroem músculo e estimulam o metabolismo. A escolha de atividades com alto déficit metabólico, como o HIIT que produz um aumento metabólico considerável que pode durar de 48 a 72 horas após o treino e queima duas vezes mais gordura de um treino de intensidade moderada.
Então porque não não fazer o HIIT em jejum para queimar ainda mais gordura? 
Parece uma boa idéia, o corpo quebrará muita gordura durante uma sessão de HIIT, mas a taxa dessa degradação geralmente excederá a capacidade de utilização desses ácidos gordos livres que  ao não serem utilizados serão novamente armazenados nas células adiposas. 
Quanto ao aumento metabólico pós treino?
 Para que o HIIT seja eficaz, deverá ser  feito com a máxima intensidade . No entanto, treinar com o estômago vazio geralmente significa um nível de intensidade muito  mais reduzido, tornando o HIIT muito menos eficaz. 
Então onde ficamos?
Com uma questão de preferência e experiência pessoal. Algumas pessoas preferem exercitar-se com o estômago vazio, enquanto outras sentem que não têm rendimento se não tomarem o pequeno almoço. E embora o cardio em jejum não seja inerentemente mau para, talvez não seja provavelmente a melhor opção para perder gordura corporal.

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